sábado, 1 de junho de 2019

De sonhos e poemas


Há algum tempo, sobretudo desde que meu filho nasceu, durmo pouco, algo entre quatro a cinco horas por noite. Um médico decerto teria arrepios com isso -e obviamente falo como leigo- mas dormir me parece algo como uma perda de tempo, um período de inatividade por horas (até oito se formos seguir a recomendação à risca!) que poderia estar sendo melhor aproveitado para o lazer, a leitura, o sexo etc. Eu diria mesmo -reitero que sou apenas um diletante- que tais horas de sono são péssimas do ponto de vista evolutivo, haja vista a vulnerabilidade diante de predadores e o desperdício de um tempo que melhor seria usado na busca de alimento. Como quer que seja, são demandas fisiológicas. Rendamo-nos a elas, pois, e extraiamos o que vem junto com o sono: o sonho. Trago à baila aqui o poema de Leminski: "A vocês, eu deixo o sono./ O sonho, não./ Esse, eu mesmo carrego".